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Todas as temáticas sobre a Comunicação. Notícias frescas sobre as últimas tendências do meio!

Equipa diversificada por profissionais do meio

A nossa equipa é composta por diferentes profissionais da área da Comunicação. Assessoria, Comunicação Corporativa, Redes Sociais, Protocolo e Marketing Pessoal são temas que semanalmente vamos abordar por aqui!

Assessoria de imprensa

Abordagem de questões/temáticas que se colocam frequentemente aos assessores de imprensa.

A Comunicação e as Redes Sociais

A disseminação de informação pelas redes sociais mudou totalmente o paradigma do tempo em relação à prática da comunicação empresarial, sobretudo no que diz respeito à assessoria de imprensa. Hoje, possuir uma cultura de comunicação é insuficiente. É necessário ter uma cultura de comunicação em tempo real,

Comunicação Corporativa

A comunicação corporativa é essencial para empresas e precisa ser colocado em prática para otimizar a eficiência do trabalho corporativo.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A comunicação digital numa nova forma de promoção do Turismo Gastronómico: o exemplo da Cooking Lisbon


Cooking Lisbon é um conceito único baseado na cozinha tradicional portuguesa, que partilha sabores, experiências e um leque de produtos tradicionais portugueses, com os turistas que visitam Portugal e os Portugueses.

A Cooking Lisbon conta com uma equipa de chefs profissionais, prontos a auxiliar na preparação, confecção e a cozinhar os ingredientes, para que todos as entradas, sopas, pratos e sobremesas, sejam um reflexo da cultura portuguesa e da gastronomia local.

As ementas desenvolvidas, tiveram como base o reconhecimento internacional
da gastronomia portuguesa, os ingredientes de cada época, as preferências dos potenciais clientes nacionais e internacionais, tendo sempre em consideração um ambiente descontraído de lazer, bem-estar e gastronómico.

O espaço, localizado no centro da cidade de Lisboa, entre a R. Santa Marta e a Av. da Liberdade, é adequado para grupos até 14 pessoas com total conforto, privacidade e acima de tudo, aprendizagem da gastronomia portuguesa para os que o frequentam.

A Cooking Lisbon disponibiliza um leque de serviços, estudados criteriosamente ao longo dos últimos três anos e aprofundados em viagens a outros países.

Actualmente, disponibiliza os serviços de: 
  • Cooking Classes (aulas de cozinha, máximo 14 pessoas, sector do turismo), 
  • Market Tours (visitas ao mercado), 
  • Private Groups (Actividades e Jantares com menu definido), 
  • Wine Tastings and Pairings (Provas de vinhos e formação), 
  • Chef Solutions (Soluções para chefs). 

Com um posicionamento distinto e uma comunicação informal, aposta sobretudo nas redes sociais para a sua expansão de negócio e as referências nacionais e internacionais.


Online, a marca está presente através do seu site de internet está presente no Facebook, Instagram e Twitter

Offline, o conceito está situado na Tv. Enviado de Inglaterra, em Lisboa (próximo da Av. da Liberdade e R. de Santa Marta).

Helder Gonçalves

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Essência do Vinho “já não é” apenas aqueles 4 dias.


A Essência do Vinho é um dos maiores eventos vínicos nacionais, senão o mais importante e mediático de todos. 

Durante 4 dias, consegue reunir milhares de apreciadores de vinho, e de diversas placas de consumo: desde produtores, consumidores, jornalistas vínicos, críticos e profissionais do vinho. 

A maioria destes visitantes são nacionais, mas no entanto uma fatia bastante considerável é já internacional e desloca-se propositadamente para este evento. 

Para não falar ainda, nos últimos anos, da componente gastronómica que já não se consegue dissociar da área vínica. 

Um evento localizado no belíssimo edifício do Palácio da Bolsa, para além de toda a graciosidade que as salas interiores nos dão, ainda conferem uma vista panorâmica sobre a sala inferior, essa repleta de mesas com produtores a “dar à prova” os seus vinhos, na tentativa de fecharem negócios proveitosos para o ano seguinte. 

Declaro-me como uma fã incondicional deste evento, no qual conheci algumas das personalidades vínicas que sempre acompanharam a minha incursão profissional nesta área. São quatro dias de provas, intenso trabalho e muitas conversas, muita aprendizagem e, claro, para muitos, muita diversão. 

Muito se poderia escrever sobre a arquitectura, o evento, as iniciativas, e toda a envolvência que consegue afinar na cidade do Porto durante estes quatro dias, mas irei falar de uma outra perspectiva: a Essência do Vinho “já não é” apenas aqueles 4 dias.

Tudo começa muito antes, na comunicação deste evento. Confesso que não vejo uma comunicação assertiva, ao nível do que este evento poderia ser.

Temos aqui diversos tipos de comunicação paralela e interceptada, sendo que a primeira é a comunicação entre Essência do Vinho e consumidor do evento, o visitante. 

A praticamente uma semana antes do início do evento, quase nenhuma informação havia sobre o mesmo, a não ser alguns apontamentos no site. 

O programa ainda não havia sido divulgado, nem os expositores, nem tampouco as actividades paralelas. 

As social media inerentes à organização também não tinham nenhuma informação concreta e válida, a ponto de dar efectivamente, razões e mais-valias ao visitante para adquirir bilhete para este ano. 

Ao fazermos uma breve comparação com outros eventos vínicos semelhantes a nível internacional, vemos que a organização da Essência do Vinho está a 20% daquilo que poderia estar a nível de comunicação eficaz e ao patamar de “melhor evento vínico nacional”. 

Mas esta lacuna de comunicação que eu considero uma falha, pode ser aos olhos de muitos apenas mais um pormenor, pois o número dos visitantes continua a aumentar de ano para ano, são milhares os que continuam a visitar o evento.

Outro tipo de comunicação que é feita neste tipo de evento é a que existe entre o expositor e o consumidor final, que neste caso é entre o produtor e o cliente que compra vinho na garrafeira e leva para casa. Aqui as falhas são muitas e gravíssimas. Um expositor faz investimento monetário e de recursos humanos para marcar presença neste evento, mas a verdade é que ainda não sabe como tirar os melhores benefícios disso.

Apesar de estar na área dos vinhos há poucos anos, considero-me bastante activa e atenta às campanhas que se vão fazendo nesta área e posso dizer, com toda a certeza, que mesmo estando ligada a bases de dados vínicas, ter subscrito a maioria das newsletters dos produtores, ou ter o meu feed sempre no “on” para as redes sociais, jornais, revistas… pouquíssimos foram os produtores que comunicaram e incentivaram a presença do seu consumidor no evento. Dizer que vão lá estar, convidar para os visitar, tudo isto faz parte. 

Mas ainda assim, a comunicação poderá ser ainda mais profunda. O engajamento entre produtor e consumidor pode ser muito maior. 

Tudo começa muito antes da célebre quinta-feira profissional do evento: muito antes disso, é necessário justificar o investimento monetário que se faz neste evento. 

A comunicação pré-evento, de acordo com o gráfico é tão ou mais importante do que a comunicação durante o evento. Só desta forma será possível manter uma comunicação eficaz com o mesmo consumidor depois do evento terminar. 


Com isto não quero dizer que os produtores não sabem comunicar com os seus clientes: estou a afirmar que não o estão a fazer.

Não estão a comunicar, não estão a valorizar e não conseguem criar valor ao terem milhares de pessoas a provar os seus vinhos, durante 4 dias. 

Quanto vale um visitante da Essência do Vinho para cada produtor? 
Quanto vale cada minuto na mesa de provas? 
No final do evento, quanto vale o contacto que trago na mão? 
O que vou fazer, como vou fazer para valorizar este recurso? 

Porque já não podemos ir para um evento a pensar “que temos que lá estar, o retorno vem depois”. 

Hoje em dia, com a velocidade a que vivemos o ROI começa muito antes do evento começar.

Muito poderia ser falado sobre a comunicação positiva e activa que poderia ser feita por todos, para que o melhor evento vínico nacional pudesse também ser uma referência de boas práticas comunicacionais a nível internacional, mas nunca o fazemos, porque nos habituamos a fazer sempre igual: muitos já fazem diferente, mas são poucos.


Deixo este artigo como forma de alerta para os expositores, e um apreço à organização da Essência do Vinho por mais um ano nos dar a oportunidade de comunicar com o mercado. 

No entanto, não quero terminar sem deixar uma palavra de apreço específica a Nuno Guedes Vaz Pires, Director Executivo da Wine que, de forma directa ou indirecta, consegue comunicar este evento com grande profundidade e panorâmica.

Diana Carvalho

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A Marca



A Marca é dos ativos com maior importância no mundo moderno das grandes instituições. É nas marcas que reside o fator diferenciador, onde se cria reputação e valor.

Qualquer setor ou área de negócio, seja de pequena ou grande dimensão, menos ou mais mediático, não foge à regra da forma como o mesmo tem de comunicar com todo o seu público.

Com o aumento da competitividade, é vital uma estratégia de marca bem definida, alinhada com os desafios da instituição, potenciando os seus ativos e criando relações de longo prazo com os seus stakeholders.

Uma marca é uma ferramenta de negócio poderosa que tem o potencial de conduzir a performance da instituição.

Há certamente uma enorme oportunidade para que as empresas possam elevar a sua marca para criar escolha, ligar e conectar corporações, diferenciar a sua organização e atrair um diversificado conjunto de stakeholders.

A marca é muito mais que um símbolo. A mesma incute ativos tangíveis e intangíveis no seu ADN que criam valor, influenciam a mente de como uma organização funciona e como é percebida, interna e externamente.

De uma perspectiva do cliente é a promessa de uma experiência que foi entregue, de uma cultura e de uma missão, da segurança e capacidade, da distinção e reputação.      

Agora, mais que nunca, é crítico implementar estratégias de comunicação e marketing integradas, comunicar positivamente, passar mensagens reconfortantes, criar uma ligação emocional e criar relações duradouras.

Reconhecendo o valor da marca como estratégia de negócio, estamos perante um futuro promissor e um potenciador de riqueza enorme.

Jorge Jorge

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A gestão de ganhos de Hillary Clinton


Em comunicação política, é cada vez mais comum falar-se de «gestão de danos».

A esfera pública está tão propensa a que se perca o controlo da mensagem que uma parte importante de uma campanha, ou da estratégia comunicacional de um mandato político de relevo, passa por evitar erros e ter a capacidade de os minimizar.
Quando se trata de uma campanha presidencial americana, então, essa necessidade surge como ainda mais prioritária, tão alargado é o campo de risco e são os fatores de distração.
O calendário político na América está cada vez mais apertado nas folgas e prolongado nos momentos decisivos.
Entre posicionamento de candidaturas, recolha espontânea de opiniões do eleitorado, anúncios de intenções, recolha de fundos, avanço de candidatos, época de primárias partidárias e a campanha eleitoral propriamente dita, uma corrida presidencial nos EUA passou a demorar, pelo menos, dois anos.
Quer isto dizer que o tiro de partida para a sucessão de Barack Obama na Casa Branca está quase a ser dado.
O que é que dizem as sondagens de primeiras impressões para 2016? 
Dizem-nos, essencialmente, duas coisas: 
que do lado republicano tudo está ainda em aberto, com um amplo e diverso leque de possíveis candidatos (Paul Ryan, Jeb Bush, Chris Christie, Marco Rubio, Ted Cruz, Mike Huckabee e mais alguns) e que no campo democrata só um «terramoto» poderá impedir Hillary Clinton de ser a escolhida.
Na imprevisibilidade que costuma dominar a arena da alta política americana, este dado é absolutamente surpreendente. E até há quem desconfie: «Estará mesmo tudo decidido a favor de Hillary para a nomeação democrata de 2016?»
Por muito que seja prudente colocar reservas quanto à solidez dessa ideia, quanto mais a analisamos, mais percebemos todos os dados jogam a favor da antiga Primeira Dama dos EUA (1993-2001) e chefe da diplomacia americana no primeiro mandato de Obama (2009-2013).
Todas as sondagens dão Hillary Clinton com pelo menos 60% de intenção de voto dos democratas, sendo que algumas a colocam próxima dos... 80%. Todos os possíveis adversários do seu campo (Joe Biden, Elizabeth Warren, Andrew Cuomo, Martin O'Malley) ficam abaixo dos dois dígitos, a 60 pontos ou mais da superfavorita.
Há quem recorde a perda, na reta da meta, para Obama em 2008. Certo. Mas em disputas eleitorais os números contam: e muito. Há oito anos, Hillary partiu para a jornada de 2008 com uma vantagem de 20/30 pontos sobre Barack Obama e John Edwards.
Viria a perder, de forma surpreendente, para Obama, mas um fenómeno como a caminhada do atual Presidente não se repete com frequência. E insisto: a diferença inicial era de 20/30 pontos.
Uma vantagem como a que Hillary tem, de 60/70 pontos, não é reversível num espaço de dois anos.
Mais do que uma candidatura de vitória, a antiga senadora por Nova Iorque fará, assim, uma «gestão de ganhos» até 2016.
É claro que é uma enorme vantagem: mas, por vezes, a ansiedade de quem está assim tão à frente pode ser má conselheira. Há muito mais a perder e não é fácil controlar os ímpetos eufóricos de quem rodeia a candidata.
Traços gerais da campanha Hillary-2016: herdar o melhor dos anos Obama (Reforma da Saúde, consolidação da recuperação económica), apostar numa maior capacidade de consenso com o «outro lado» (claramente o ponto mais fraco do atual Presidente).
Hillary Clinton perdeu, por muito pouco, o comboio da História em 2008. As apostas favorecem-na para 2016. Mas nunca fiando.

Germano Almeida

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Segurança e Gestão de Crises: Benfica-Sporting


O adiamento do jogo entre o Benfica e o Sporting, que iria decorrer ontem pelas 18h00 no estádio da Luz, em função da queda de partes da uma cobertura das bancadas do estádio, conduz-nos a várias questões e a várias possibilidades de análise em termos de organização de eventos.
A primeira questão passa pela segurança. Segurança de todos os intervenientes no evento, ou seja, público, jogadores, imprensa, staff do estádio, forças de segurança e médicas.
Todas as pessoas dentro do Estádio e também fora dele, estiveram por um período significativo de tempo, até se proceder à evacuação do mesmo, sujeitas a consequências mais graves, do que às que felizmente acabaram por suceder, que não foram mais do que terem de deixar o espaço do evento sem assistirem ao jogo.
Aparentemente, todas as partes e nomeadamente as que têm responsabilidades nesta matéria, ou seja o próprio clube, promotor do evento, foram apanhadas de surpresa com os efeitos dos ventos numa determinada zona da cobertura do estádio. Quando digo surpresa, digo porque havia de facto a nível nacional uma previsão de alerta vermelho para o estado do tempo, com uma incidência de pioria significativa para exatamente a hora de início do jogo.
Nesta vertente, pode-se ler hoje em alguns jornais que a proteção civil, teria inclusive sugerido o adiamento do jogo, o que não aconteceu em função desse mesmo pedido.
A surpresa, advém por isso das consequências que acabaram por se registar, sendo que talvez isso signifique que não haveria uma avaliação correta do estado material e das condições da zona da estrutura, que acabou por se ir deteriorando com o passar dos minutos e que culminou com a perigosa queda de chapas de zinco para as bancadas, felizmente já vazias.
Uma vez que, que por motivos semelhantes e na mesma zona, de onde surgiram agora os problemas, já tinha havido o cancelamento de um jogo há cerca de um ano, tem inevitavelmente de se colocar a questão de que tipo de prevenção, de avaliação prévia foi feita esta semana à zona da cobertura em causa, uma vez que o anúncio de mau tempo para o dia e hora do jogo, era já do conhecimento público há vários dias.
E se não houvesse conhecimento público, perante o estado do clima e perante um jogo desta natureza em que estariam 60.000 pessoas no estádio, será que não existiram cuidados redobrados sobre as condições materiais de certas zonas do estádio?
A questão que importa aqui relevar é que a organização de eventos outdoor, mesmo em estruturas fixas como estádios de futebol, deve ser acompanhada de forma muito atenta pela avaliação das condições meteorológicas, ainda mais quando os indícios e as notícias já vão apontando para situações mais agrestes, como era o caso de ontem e quando problemas semelhantes já tinham igualmente ocorrido.
Ainda no campo da segurança, tem de se colocar outra questão. Como aconteceu todo o processo de evacuação do estádio, como foram os adeptos sendo informados sobre o que se estava a passar, quanto tempo passou entre a perceção do problema e a perceção de que haveria um perigo de tragédia como foi referido ontem por certos responsáveis e como tudo se passou.
Aparentemente, entre o início do registo de que havia um problema, aparentemente menor até esse momento, não houve qualquer tipo de comunicação dentro do estádio, com algum tipo de informação sobre as causas que estariam a levar ao atraso do jogo.
Segundo relatos de adeptos, apenas ao fim de 40 minutos de começarem a cair no relvado os primeiros bocados de material da cobertura, é que os adeptos foram oficialmente informados do adiamento do jogo e convidados a saírem do estádio, com um pedido de desculpas pelo ocorrido.
Naturalmente, que nesta fase houve necessidade de ponderar muitos factos, nomeadamente o de estar dentro do estádio cerca de 60.000 pessoas e como caso fosse necessário se poderia proceder à sua evacuação sem confusão e até reações de massas que são sempre perigosas.
Talvez por aí se entenda o período de quase 40 minutos sem qualquer comunicação pelo sistema sonoro do estádio aos adeptos, apelando ou à calma, ou à paciência enquanto se procedia à resolução de um problema, que de certa forma era visível para todos.
A questão que coloco é que nos dias de hoje, a informação num evento destes, não funciona em circuito fechado, não funciona de forma estanque e as redes de telemóveis, as redes sociais, são canais de comunicação ao segundo e não tendo acontecido felizmente nenhuma reação descontrolada dos adeptos, a verdade é que através das televisões já era possível saber que havia problemas maiores na estrutura me causa, enquanto dentro do estádio, apenas se sabia o que se via e a informação recebida era que vinha de fora do estádio, eventualmente até com erros e por isso mesmo potencialmente mais perigosa e potencialmente provocadora de uma reação desorganizada e em massa dos adeptos, em contraste com um acalmar de ânimos e de ânsias, que poderia ter surgido pontualmente através do sistema sonoro do estádio.
A questão que eu coloco, é qual foi a forma mais acertada de agir neste caso? E se durante os 40 minutos ou 50 apenas caíram bocados da lã de rocha, tivesse de repente caído uma ou mais chapas de zinco em cima dos adeptos desprevenidos e qual seria a reação deles?


 Miguel Macedo

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Boas práticas na comunicação online: chega de "wine infoxication" sem valor

O universo que gira em torno do vinho vai ter de continuar a adaptar-se, durante os próximos anos, à revolução da comunicação, seja online ou offline.

No entanto, e apesar de existir uma forte tradição na linguagem offline, esta adaptação tem sido fortemente reforçada na comunicação online, de modo a encontrar-se cada vez mais na posição de ter de falar directamente com o consumidor final e interagir com ele nas recentes fragmentações dos canais media.

Isto sugere que mais pessoas envolvidas directamente no negócio vínico estejam a comunicar com um número finito de leitores atentos a que chamamos “winelovers”.

Através de cada vez mais plataformas digitais, os chamados bloguers, críticos de vinho ou wine experts começam a saturar os canais de informação com wine reviews, conselhos vínicos ou mesmo dicas de consumo, iniciando um fenómeno de “wine infoxication”.

Mas este fenómeno está a ser impulsionado na sua maioria pelos produtores e agências de publicidade que, não querendo perder a pequena porção que lhes resta de leitores ou followers, tornam-se parciais na sua forma de comunicação, chegando mesmo a “contratar” wine bloguers e afins para a criação de conteúdo, vulgo posts patrocinados, hoje em dia.

No entanto, existe uma linha muito ténue entre o que é um conselho vínico e o que é publicidade vínica, quando falamos de comunicação online.

Sobre esta relação entre “wine infoxication” e consumo de vinho, o crítico de vinhos Jamie Goode vai mais além e afirma mesmo que  "houve uma explosão da criação de conteúdo, mas este aumento não foi necessariamente acompanhado pelo aumento de consumo de vinho das pessoas. ", o que me leva a concluir que este investimento desenfreado em informação não tem o retorno esperado, ou ainda não teve a curto/médio prazo.

Não é difícil de compreender que a globalização e crescimento das social media, blogues de vinho e websites cada vez mais especializados significam que realmente existe um consumidor de vinho envolvido, curioso e com acesso a conteúdo muito bom sobre vinho, sendo a maior parte dele conteúdo livre e gratuito. O grande inconveniente é que a comunicação destes locais especializados normalmente só chega àqueles que já têm interesse evoluído e maduro sobre vinho, que já conhecem esses locais e já subscreveram as suas redes. Além disso, o desaparecimento de algumas colunas vínicas em magazines mainstream acaba por reforçar a ideia de que o vinho é apenas para um público específico, especializado, um núcleo fechado a que apenas muito poucos têm acesso.

Isto está errado. Se este tipo de comunicação “jet set” continuar a persistir e se continuar a crescer igualmente a quantidade de vinho produzida a nível mundial, mas se estagnar a quantidade de vinho a ser consumido, muitas serão as regiões vínicas a sofrer um agravamento nas exportações, desconfiando que a Austrália será um desses primeiros países, seguido da Nova Zelândia e Chile.

Os produtores, os retalhistas, e mesmo os wine experts, têm de encontrar novas maneiras de envolver directamente os consumidores nos seus projectos. E é este o grande desafio da comunicação online/offline: sair da bolha especialista e engajar o consumidor comum de modo a fazê-lo comunicar connosco. Desmistificar a linguagem vínica é um dos primeiros passos. Os que comunicam vinho para o consumidor não podem ter a mesma linguagem que um enólogo tem na adega ou que um analista tem na sala de prova ou no laboratório. Criar um storyboard interessante não é recorrer a “bloguers” que são pagos para postarem os seus vinhos. Ser autêntico na forma de comunicar e ser sincero e honesto na maneira de se apresentar é a chave de ouro para fidelizar um consumir de vinho online. A exclusividade oferecida vai determinar o valor de cada “fã” vínico: pode alcançar valores impagáveis.

O consumidor está atento e não gosta de fake wine e muitos menos de ver sempre a mesma “wine infoxication”. Gosta de um vinho com sabor a algo real e autêntico, quer saber de onde veio e para onde vai. O consumidor não leva para casa um vinho importante: mas senta-se à mesa com um vinho amigo.


Diana Carvalho

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

10 anos de Facebook: O que mudou à sua volta?


O Facebook que se vê hoje é quase irreconhecível em comparação com a versão que se estreou há dez anos atrás. Até o nome é diferente: a rede social nasceu oficialmente como "TheFacebook" e assim se manteve até 2005.

De playground digital para estudantes de Harvard até se tornar um gigante da tecnologia com mais de 1200 milhões de utilizadores, foi um “piscar de olhos”. E, como o Facebook mudou ao longo da última década, toda a tecnologia e ecossistema que o rodeia também. Afinal, este artigo não é sobre o Facebook.

Se pensarmos no Google, que em 2004, não passava de uma página branca com um logotipo que permitia efetuar pesquisas, passados 10 anos, entre Google Glass e uma frota de robots, só me vem à cabeça os cenários da ficção científica cinéfila que via na TV em criança.

Quem ainda tem uma coleção de DVDs? Lembram-se dos videoclubes? Cheguei a alugar 3 filmes por semana! Pois, hoje mais de 100 horas de vídeo são publicadas por minuto na internet.

Lembro-me também de um telemóvel Motorola, um pouco grande e pesado admito, que não me permitia fotografar nada nem ninguém que decidi substituir por um Nokia que me durou 4 anos. Ora, tive que fazer um esforço mental, para pensar em duas marcas relevantes de telemóveis sem serem a Apple e a Samsung que hoje em dia dominam o cenário dos Smartphones, que nos permitem entre outras coisas, publicar uma fotografia de um artista a escrever um blog post, na sua secretária, com um sorriso nos lábios, sobre o que mudou no mundo em 10 anos de facebook, e logo de seguida, publicá-la no facebook, twitter, instagram e…! Em segundos…

Pelo caminho conhecemos mais dois Papas, além de João Paulo II.

Se pensarmos bem, o Facebook, não terá tido influência direta em nenhum destes acontecimentos, mas teve muita influência indireta na maneira como as pessoas agiram e reagiram a cada um deles, na maneira como puderam exprimir-se voluntariamente sobre cada um deles. Hoje, a rede permite-me fomentar o uso da língua portuguesa em qualquer parte do mundo, com um simples jogo de dedos no telemóvel.

O Facebook poderá deixar de ser o que é, mas nunca apagará o rasto de revolução tecnológica e comunicacional que trouxe consigo.


Por Helder Barbedo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

SUPERBOWL: Desporto ou espectáculo


Realizou-se na madrugada de Domingo, um dos maiores eventos desportivos do mundo, a 48ª final do Superbowl, ou seja o jogo decisivo liga americana de futebol americano.

Apesar de ser um desporto tipicamente americano, o dia do SuperBowl é cada vez mais um evento mundial porque se tornou acima de tudo um espetáculo mediático que chega a todo o planeta por força dos seus patrocinadores, por força da massificação da televisão por cabo e agora ainda mais por força das redes social.

Comecemos pelo jogo, disputado entre os Denver Broncos e os Seattle Seahawks, em Nova York no Estádio MeetLife, com capacidade para mais de 80.000 espectadores. O que provocou desde logo nas semanas que antecederam o jogo uma enorme controvérsia. A questão passou pelo facto de ao contrário do que é habitual o jogo ser disputado em céu aberto na zona nordeste dos Estados Unidos o que já não acontecia desde 1962, por razões climatéricas. A ameaça de um jogo com neve, temperaturas muito negativas, acabou por não se concretizar, mas habitualmente são escolhidos estádios completamente cobertos ou então são disputados em zonas mais quentes.

Passada a barreira do clima, o Superbowl, traz consigo outras preocupações como a segurança. Não só a área de Nova York é extremamente sensível à ameaças terroristas,

Considerado como um alvo terrorista o SuperBowl, que controu com 3.000 seguranças e mais de 700 militares no seu esquema de segurança, sendo que este foi o primeiro superbowl após os atentados na Maratona de Boston do ano passado.

Curiosamente não tendo sido registados nenhuma situação de falha de segurança nas imediações do estádio, o maior problema ocorreu durante uma conferência de imprensa após um jogo em quando numa espécie de entrevista rápida um atleta foi interrompido por um pessoa credenciada como jornalista, para dizer que o 11 de Setembro tinha sido organizado pelo governo americano, mas que foi imediatamente neutralizado.

Outra das questões que acabaram, por ser mais faladas, está relacionado com as confusões geradas no acesso e na saída do estádio no final do jogo.

Os problemas começaram antes do jogo, quando cerca de 27 mil pessoas chegaram à estação de combóios em Seacucus, que fica a meio caminho entre a cidade de Nova York e o MetLife Stadium. Com isso, aconteceram vários atrasos, já que os oficiais da NJ Transit estimavam que apenas 15 mil pessoas apanhariam comboios de Nova Jersey para chegar até o estádio.

Além do número de pessoas maior que o esperado, outro fato que causou atrasos foi a chegada de vários combóios ao mesmo tempo. Isso fez com que inspeção da bagagem dos passageiros demorasse mais do que o necessário e atrapalhou bastante a descida de pessoas na estação.

Estando prevista uma chegada maciça de adeptos na ordem das 15.000 pessoas, as linhas e as estações ficaram completamente lotadas com a presença de quase 30.000 adeptos que inclusivamente, chegaram praticamente todos ao mesmo tempo provocando alguma situação de caos, que ocorreu de novo no final do jogo.

O SuperBowl é de facto um oceano de números absolutamente astronómicos e dignos de registo:

  • Sabia que 48. 6.329 foi número de credenciais atribuídas à imprensa, mais 21% que na edição anterior.
  • 600 milhões de dólares é o valor do impacto económico resulatante do evento.
  • 100 milhões de pessoas seguiram o evento através da televisão.
  • 7.22 milhões de dólares é o valor do retorno do patrocínio da Pepsi el valor mediático.
  • O custo médio de um anúncio durante o SuperBowl é de 4 milhões.
  • Pela primeira vez o hino foi entoado por uma cantora lírica, neste caso René Fleming.
  • O SuperBowl é o segundo dia de maior consumo nos Estados Unidos. O primeiro é o dia de Acção de Graças. 
É verdade os Seattle Seahawks venceram os Denver Broncos por 43-8.

Miguel Macedo









terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A saia da discórdia




O episódio mediático em torno do tamanho da saia da Consultora do Presidente da República para os Assuntos da Juventude e Desporto durante a cerimónia de condecoração do futebolista Cristiano Ronaldo com o grau de Grande- Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, no passado dia 20 de janeiro, levou-me a fazer a seguinte reflexão.

A indumentária com que Carla da Cruz Mouro, 36 anos, se apresentou devia ter sido objeto de notícia?
Não. 

A saia sobrepôs-se ao acontecimento? 
Não no dia do evento, mas nos dias que se seguiram sim, principalmente nas
redes sociais. Os chamados especialistas de etiqueta, moda e comportamento social encheram páginas com as suas opiniões, gerando outras tantas fofoquices….

Felizmente, nem todos os Órgãos de Comunicação Social enveredaram pelo fait-divers. É preocupante quando, com tantos assuntos graves que se passam atualmente no país, alguém esteja interessado em espreitar por debaixo da saia…

A Presidência da República Portuguesa, como é óbvio, deixou “morrer” o assunto, optando por não fazer qualquer tipo de comentário. E fez bem.

A questão é simples. A “polémica” era evitável? Sim. 
É claro que Carla da Cruz Mouro tem todo o direito de vestir o que bem lhe apetece! 

A não ser que a Presidência da República estipule um código de conduta quanto ao vestuário, a consultora de Cavaco Silva tem a liberdade de vestir o que quiser. Será que se veste assim todos os dias para o trabalho ou apenas em cerimónias oficiais daquela importância? Sinceramente…isso interessa?

Há uma coisa que se chama bom senso. O assessor ou consultor, quando se encontra no exercício das suas funções, deve ser discreto exatamente para não desviar atenções do que é realmente importante. A ocasião em si obriga a uma maior sobriedade e contenção.

Carla Mouro está ali para fazer o seu trabalho. Ninguém se esqueça disso.
Mesmo que o Cristiano Ronaldo esteja a ser agraciado pelos seus feitos desportivos. Agora, quanto menos o público e a Comunicação Social repararem que ela lá está, melhor. É sinal de que o trabalho está a ser feito corretamente e dentro do planeado.

O consultor ou assessor só deve ser protagonista quando tem que dar a cara pela empresa/instituição que representa, obedecendo sempre a orientações superiores.

Dulce Salvador