terça-feira, 16 de julho de 2013

The million dollar question


Como eu tenho a certeza de que o meu evento terá cobertura mediática?”.  É esta a pergunta mais ouvida pelos assessores de imprensa.


Os clientes, quaisquer que sejam, se ‘compraram’ os serviços de um assessor de imprensa esperam resultados. Todavia, não existem fórmulas mágicas. O assessor de imprensa não é o Harry Potter. Não é com truques que se garante a cobertura mediática de um evento, mas com trabalho, muito trabalho.

Até o José Mourinho quando promete títulos para os clubes de futebol que orienta sabe que há sempre o risco (ainda que seja ínfimo) de isso não acontecer. 

O mesmo acontece no dia-a-dia do assessor de imprensa. Trabalha-se o ‘risco’ para que seja reduzido, mas ele existe sempre. Quem disser o contrário, está a mentir.


A nota de imprensa pode ser muito apelativa. O contacto telefónico ou via e-mail pode ser muito simpático. Mas são várias as circunstâncias que determinam o sucesso do evento.


É óbvio que o trabalho de formiguinha, que ninguém vê, colhe mais tarde os seus frutos. A relação de confiança que se estabelece com os órgãos de comunicação social deve ser sempre encarada como um investimento a longo prazo.


O bom assessor de imprensa não lhe dá garantias de nada. Porquê? Porque o seu trabalho assenta num “trapézio”. Na véspera de um evento, pode ter a confirmação da presença de todos os jornais, rádios, revistas e televisões, e, no momento, surgir um imprevisto como a demissão do Governo, um incêndio de enormes proporções, um choque em cadeia numa autoestrada ou a morte de uma figura importante, e no dia do evento não aparecer ninguém para fazer a cobertura.


Há sempre esse risco. Também há o risco de não ser considerado importante por uns, mas sim por outros. Há eventos que consideramos pouco mediáticos e que, posteriormente, se revelam interessantes para um canal de televisão ou uma revista. Nunca sabemos.


A tarefa mais importante do trabalho de um assessor de imprensa não é garantir a cobertura mediática, mas sim gerir egos. E sobre isso falarei num próximo artigo.

Dulce Salvador

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