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A nossa equipa é composta por diferentes profissionais da área da Comunicação. Assessoria, Comunicação Corporativa, Redes Sociais, Protocolo e Marketing Pessoal são temas que semanalmente vamos abordar por aqui!

Assessoria de imprensa

Abordagem de questões/temáticas que se colocam frequentemente aos assessores de imprensa.

A Comunicação e as Redes Sociais

A disseminação de informação pelas redes sociais mudou totalmente o paradigma do tempo em relação à prática da comunicação empresarial, sobretudo no que diz respeito à assessoria de imprensa. Hoje, possuir uma cultura de comunicação é insuficiente. É necessário ter uma cultura de comunicação em tempo real,

Comunicação Corporativa

A comunicação corporativa é essencial para empresas e precisa ser colocado em prática para otimizar a eficiência do trabalho corporativo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

NARCOS, a estratégia social


Nas últimas semanas fomos invadidos pela comunicação da nova temporada da série NARCOS em tudo o que é rede social: You Tube, Facebook, Twitter, etc.... 

Actualmente verificamos que os produtores de séries televisivas usam e abusam das redes sociais para envolver os seus fãs, semana após semana, à medida que os episódios vão decorrendo. Usualmente na semana anterior à exibição do episódio vão libertando informações sobre o mesmo, de forma a despertar a curiosidade dos espectadores, e a aumentar o buzz das conversações.

No entanto, e apesar do Netflix disponibilizar todos os episódios de uma só vez, verificou-se que a produtora teve a necessidade de estruturar a sua campanha de forma a manter o público envolvido ao longo das semanas de exibição nos canais televisivos.

Narcos, conta a história de Pablo Escobar e do cartel de drogas de Medellín. O principal objectivo da produtora nas redes sociais foi para a fase inicial da campanha a sensibilização e antecipação.

Após o lançamento, mudaram o foco para conduzir a audiência, e criando uma identidade social ​​que transcende o mundo da serie.

Propuseram-se a criar uma amplitude do trabalho que combinava com o nível de qualidade, entretenimento e profundidade que faz a série ser fantástica.

Numa última análise, queriam que o público encontra-se substância e valor nos canais sociais, além do entretenimento. Pretendiam que os canais sociais de Narcos ganhassem vida própria, o que seria uma vitória para a produtora.

A estratégia global foi o de fornecer profundidade relacionada com a marca Narcos ao trazer a verdadeira história da série para o espaço social.

Em qualquer momento das campanhas realizadas não se tinha ideia que a série já tinha sido exibida na totalidade, mantendo assim a curiosidade em cada episódio. Para manter esta conexão com o público, foram selecionadas temáticas abordadas na série e que eram mais relevantes na cultura: a ambiguidade moral, riqueza excessiva, e da cultura da cocaína.

Isto criou uma narrativa paralela para a série onde eram seduzidos os seguidores, sem nunca estragar a trama. Procuraram evitar a fadiga de conteúdos, dividindo as partilhas por temáticas.

Uma vez que a série aborda assuntos sensíveis, foi um desafio trazer essas temáticas para o dia a dia dos espectadores.  Todos os dias os seguidores nas redes Narcos eram surpreendidos com conteúdos que em muitos casos pouco tinham a ver com o episódio da série, mas sim com a vida real, procurando sensbilizar para os perigos do crime e da droga.

Criaram a hashtag #Cokenomics para comunicar a economia do comércio de cocaína. Cada um foi concebido para comparar os fatos surpreendentes e as figuras do cartel com efeitos visuais relacionáveis, tudo através de infográficos visualmente atraentes.

Outro sucesso de micro-campanhas que lançaram foi a hashtag #SmuggleandSeek, uma ativação no Facebook que deu vida à dinâmica entre o cartel e os agentes da DEA.

Passados 3 meses do início da campanha, já possuíam 2 milhões de fãs nas três plataformas: Facebook, Instagram e Twitter.

A série foi um dos maiores sucessos do ano, com duas nomeações ao Globo de Ouro e 
Netflix alegando que teve mais espectadores do que Game of Thrones, da HBO.

A campanha social atraiu uma multidão de fãs de alto perfil, como Anderson Cooper, Mario Lopez, Piers Morgan e Ricky Gervais que se envolveram com os canais meses após o lançamento da série.

A cada semana, além do conteúdo mensal, executaram com sucesso conteúdos dinâmicos e criativos!
Criaram para o Facebook um novo conjunto de emoticons, no Instagram usaram a hashtag #GOP relacionada com o primeiro debate republicano.

Todas estas acções, entre muitas outras, possibilitaram que NARCOS obtivesse os melhores resultados na participação activa nas redes sociais, entre todas as séries de televisão!


Assista ao vídeo resumo da acção nas redes sociais de Narcos: 



Alguns exemplos de imagens usadas:




















segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hillary 2016 em 138 segundos

A comunicação política não tem idade.

Tem regras, depende do gosto, varia o seu efeito em função do segmento que pretende atingir.

E sim: faixas etárias diferentes reagem de forma diversa à mesma mensagem.

Mas a capacidade de as transmitir não tem prazo de validade: Hillary Clinton que o diga.

Super favorita à nomeação presidencial democrata (tem 50 pontos de avanço nas primárias do seu partido), a ex-secretária de Estado norte-americana é, a ano e meio das eleições que vão definir o sucessor de Barack Obama na Casa Branca, a pessoa mais bem colocada para vencer a eleição.

Mesmo nos possíveis duelos com os eventuais candidatos republicanos, as sondagens dão vantagem considerável (sempre com dois dígitos) a Hillary, seja o nome do possível opositor Jeb Bush, Scott Walker, Marco Rubio ou qualquer outro dos vários pretendentes. Com 69 anos à data da eleição (vai completá-los em outubro de 2016), Hillary Clinton teria na idade avançada (77 no final dos dois mandatos que pretenderá liderar na Casa Branca) o seu maior problema.

Ora, a forma como escolheu marcar o arranque da sua segunda candidatura presidencial praticamente resolveu essa questão.

O vídeo «Getting started», com apenas dois minutos e 18 segundos, juntou quase tudo o que a candidata pretende desenvolver, nos próximos 19 meses.



Nesses 138 segundos, estão lá os focos da agenda política e social de Hillary Clinton:
  • dar força e condições à «working middle class america»;
  • as minorias étnicas (negros, hispânicos, asiáticos);
  • as minorias sexuais (casal gay de dois homens; casal gay de duas mulheres);
  • as mulheres jovens, que pretendam juntar carreira e família;
  • até uma recém-reformada com vontade de continuar ativa.
A dar consistência a tudo isto, uma ideia geral de otimismo e «cal to action» (mobilização para a ação), muito americana e que se insere numa espécie de «fase II» da versão democrata de recuperação pós-crise. Tudo num ambiente de «mudança para melhor», também ele muito americano.

Hillary quis, no vídeo, lembrar que os piores anos já passaram, mas deu como ideia forte: «Há muito ainda a fazer. E está na altura de dar às pessoas as vantagens da recuperação».

Ela quer, por isso, ser a «campeã que os americanos precisam», porque «o sistema ainda está construído para favorecer quem está no topo».

Entre a confirmação do «core» democrata que foi apoiando Barack Obama (minorias étnicas, sexuais, classe média trabalhadora, mulheres e jovens), há aqui uma «nuance» importante: ela deixa a entender que o Presidente Obama não foi suficientemente longe no ataque ao «business as usual» e aos «alçapões de Wall Street».

Sendo Hillary, há décadas, uma pessoa «do sistema» (Primeira Dama com agenda própria durante oito anos; senadora nos oito seguintes; quase nomeada presidencial democrata em 2008; secretária de Estado no primeiro mandato de Obama), ela poderia ter dificuldades em assumir-se como a candidata que vai conseguir mudar esse «status quo».


E este vídeo ajuda a posicioná-la onde quer: nesses 138 segundos, a candidata só aparece perto do centésimo e depois de ouvirmos e vermos as histórias de «real people» que ela pretende apoiar e «patrocinar», uma vez na Casa Branca.

Em entrevista que me concedeu para o site TVI24, Bill Schneider, comentador político da CNN, observou: «Não foi um anúncio em grande estilo, com grande aparato, tipo «shock and awe». Foi pessoal e «friendly». E não foi, de modo algum, sobre a candidata. Ela já é suficientemente conhecida. A intenção do video foi mostrar a sensibilidade de Hillary. A sua ligação ao mundo real.
Um anúncio assim poderia não resultar com candidatos menos conhecidos.»

Correu tudo bem no lançamento de Hillary16’?
Não. Contrastando com o excelente «Getting started», o «logo» da campanha não está à altura do vídeo: tem linhas antiquadas, uma ideia demasiado simples (aproveita o H de Hillary e faz uma seta a apontar para a frente, com um jogo de cores azul e vermelho, «obrigatório» na América dominada pela dicotomia blue/red).

Em janeiro de 2007, quando anunciou a sua primeira tentativa presidencial, Hillary também o fez por um vídeo, para confirmar: «I’m in… and I’m in to win!»
 


Quase tudo diferente, há oito anos e quatro meses: estilo clássico de comunicar, mera mensagem da candidata, em ambiente a misturar carga institucional com noção familiar.

Hillary16’ arrancou com muito mais força e modo mais inovador e mobilizador.
A candidata, mesmo perto dos 70, está hoje muito mais tecnológica.

Em versão «3.0», pondo para trás os fantasmas do passado e cheia de vontade de agarrar o futuro.
 
 
Germano Almeida

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Mudar o amanhã HOJE


Hoje apresentamos a empresa ChangeTomorrow, que lançou recentemente a plataforma de Orçamento Participativo PARTICIPARE a nível mundial.
 
A ChangeTomorrow é uma spin off da WireMaze, empresa líder a nível nacional na construção de soluções eGovernment.
 
Após 10 anos a desenvolverem websites institucionais entre muitas outras soluções corporativas, a Wiremaze dedicou-se a desenvolver soluções de orçamentos participativos tendo em 4 anos instalado 30 projectos nacionais.

Baseados nesta experiência resolveram agora apostar na internacionalização tendo no passado mês apresentado a solução Participare em Inglaterra, França e Estados Unidos.
Os aspectos principais desta solução são: 
- suporte multi-língua;
- controlo de processos;
- voto simplificado e excelente experiência de participação;
- integração online e offline;
- mecanismos anti-fraude;
- Auditoria à participação;
- baseado na cloud;
 
Aqui ficam os links para mais informações:
 
 


Helder Gonçalves

terça-feira, 31 de março de 2015

Mitos e medos que não resistem à realidade


A política é uma caixinha de surpresas e isso nem sempre é mau.
O que se passou em França no passado domingo ajuda-nos a perceber um pouco melhor essa ideia pouco divulgada, mas tantas vezes verificada.

Nos últimos anos, sobretudo a partir do acentuar da austeridade na Europa, temos ouvido falar no perigo iminente de Marine Le Pen poder chegar à Presidência da República francesa.
Os resultados das «departamentais» de domingo passado, porém, mostraram que esse receio é manifestamente exagerado.
Marine está a subir, cavalgando o descontentamento em relação a quem costuma estar no poder e teve, nestes anos, que esquecer os valores partidários e carregar nos cortes? Certo.
Isso já valeu à Frente Nacional uma surpreendente vitória nas Europeias e bons resultados em legislativas e eleições locais? Verdade.
Mas uma coisa é ter 25/30% dos votos à primeira volta (e com isso talvez ser a mais votada nessa primeira volta). Outra, completamente diferente, é obter 50% mais um à segunda, em presidenciais.
Lembremo-nos do que aconteceu ao pai de Marine, Jean Marie Le Pen.
Em 2002, e depois de muito tentar nos anos 80 e 90, escandalizou o «mainstream» da política francesa e europeia ao chegar à segunda volta, sendo mais votado que o então candidato socialista Lionel Jospin.
O sistema, assustado, protegeu-se, unindo-se em torno do candidato da direita tradicional, Jacques Chirac.
As consequências foram aparentemente tranquilizadoras: Chirac esmagou Le Pen por 82-18. Toda a esquerda votou no «adversário», para travar o «inimigo». Jean-Marie teve, em percentagem, um resultado mais baixo que na primeira volta.
Passou mais de uma década. Marine não é igual ao pai. Tendo herdado a estrutura partidária, as bases, um certo estilo agressivo, arrogante e autoritário, mostra-se, no entanto, mais sofisticada.
Não cai nos disparates de Le Pen pai nas tiradas racistas ou relacionadas com o holocausto. Mas uma análise pormenorizada identifica que o essencial está lá: o nacionalismo extremado, a defesa do regresso às fronteiras, a França para os franceses, «nada contra os estrangeiros, mas na terra deles, a França tem desempregados a mais».
Mistura explosiva, em cenário de crise económica e desgaste (cansaço, mesmo) em relação aos partidos de poder.
François Hollande está desacreditado (foi eleito para o Eliseu prometendo trocar a austeridade pelo «investimento» e em poucos meses tornou-se uma espécie de porta-voz de Merkel com sotaque francês).
Manuel Valls, o primeiro-ministro que o Presidente nomeou para evitar a humilhação em pleno mandato, é um líder de governo supostamente «socialista» que, qual paradoxo, se mostra feroz crítico da «esquerda» em quase tudo. Nem mesmo «Terceira Via». Coisa ainda mais original, até.
Sarkozy, enredado em confusões e processos judiciais depois da perda do Eliseu, tenta voltar à ribalta e, em mais uma ironia de que a alta política é fértil, pode ser o beneficiário da crise aguda do PSF.
O cenário parece ser ideal para o «assalto» de Marine ao Eliseu em 2017.
Mas, por vezes, basta uma análise fria da realidade para afastar medos que são repetidos à exaustão, mesmo por supostamente credível.
As eleições «departamentais» de domingo mostraram que Nicolas Sarkozy tem tudo para regressar ao Eliseu em 2017 (e sem grande dificuldade, dado o estado moribundo do PSF, pelo desastre político da presidência Hollande).
Não sendo o regresso de Sarko uma grande notícias, é mais do que tudo um grande alívio.
A derrocada (da República francesa e do projeto europeu, num cenário de Marine no Eliseu) pode esperar.
Marine é para levar a sério. Passou a ser uma «player» indisfarçável do jogo político francês. Pode, até, dizer-se que a bipolarização socialistas/direita tradicional terminou (a Frente Nacional é, neste momento, força quase tão abrangente nas câmaras e nas legislativas que o PSF e a UMP).
Mas a filha de Le Pen nunca será presidente da França. Vai uma aposta?


 
Germano Almeida

ProKubo a tua plataforma para trabalhar online

Tive hoje conhecimento de uma nova plataforma online que poderá dinamizar ainda mais a comunicação das pequenas empresas, mas sobretudo gerar trabalho a muitos dos profissionais da comunicação que se encontram atualmente no desemprego!

Aqui fica a sua apresentação:



"O ProKubo é uma inovadora plataforma de trabalho remoto, onde poderás encontrar os melhores profissionais e contratar todo o tipo de serviços de comunicação, marketing, criatividade e design de uma forma rápida, simples e a preços acessíveis. Assim, poderás posicionar a tua marca, produto ou serviço a um nível mais alto, de modo a obter o máximo retorno que o teu negócio merece.

O Prokubo foi criado para atender a necessidade que tinham milhares de empresas, empresários e particulares, de encontrar bons profissionais para criar ou melhorar a visibilidade dos seus negócios. Desta forma, também se tornou numa comunidade de talentos em que diferentes especialistas podem encontrar facilmente os seus clientes. A ideia é muito simples: ambas as partes poupam tempo e dinheiro, obtendo os melhores resultados. Sem taxas, nem processos complexos ou intermediários numa plataforma intuitiva e acessível para todos.

Somos uma plataforma com uma visão internacional criada e localizada em Espanha, com um projecto cuidado até ao último detalhe, que desenvolveu uma interface dinâmica, interativa e equipada com um moderno sistema de busca e de comunicação interna. Acreditamos que a melhor forma de nos apresentar, é mostrando o que somos capazes de fazer. Assim sendo, resta-nos dar-lhe as boas vindas e desejar-lhe a melhor das experiências.
"
 
 

 
Helder Gonçalves
 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Candidaturas abertas para ‘Prémio Jovens Comunicadores 2015’ (EACD)

 
As  candidaturas  ao  ‘Prémio  Jovens  Comunicadores  2015’,  promovido  pela  European Association of Communication Directors (EACD), estão abertas até ao dia 31 de março.

O prémio  será entregue em Bruxelas, no dia 25 de junho, na gala de premiação da Cimeira Europeia de Comunicação.
Podem  candidatar-­se  jovens  profissionais de  relações  públicas  e  comunicação,  com  idade inferior a 30, que tenham sido responsáveis pela execução de um projeto criativo e inovador no
campo de PR, comunicações e / ou meios de comunicação social.

Se  está  a  executar  um  projeto  de  comunicação  que  vale  a  pena  ser  partilhado  e  premiado, responda ao desafio lançado pela European Association of Communication Directors.

Saiba como submeter a sua candidatura, aqui:



Ana Santiago







sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O fenómeno 50 Shades of Grey



Com cerca de 100 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, E. L. James orgulha-se de quebrar tabus e tem conquistado uma adesão sem precedentes. Contudo, será isso suficiente para garantir o sucesso do filme? 

Com a estreia da adaptação cinematográfica do bestseller de E. L. James, “Fifty Shades of Grey”, a onda de descontentamento tem sido geral e as críticas atrozes. O filme só chega hoje às salas de cinema do Reino Unido, mas as reviews até agora publicadas têm na sua maioria “arrasado” o filme e a realização de Taylor-Johnson, bem como o desempenho e falta de química dos protagonistas Jamie Dornan, como Christian Grey e Dakota Johnson, Anastasia Steele. Alguns dos exemplos mais notórios pertencem ao USA Daily “Sitting through the turgid and tedious S&M melodrama that is Fifty Shades of Grey may feel like its own form of torture”;ao Independent “It’s also nice to see a film in which the best asset of the male star is his body. Taylor-Johnson seems to have turned the table on the casting methods of male directors with their leading ladies.”; e ao New York Times “ “Fifty Shades of Grey” might not be a good movie — O.K., it’s a terrible movie — but it might nonetheless be a movie that feels good to see, whether you squirm or giggle or roll your eyes or just sit still and take your punishment.”. 

 Contudo, o êxito de bilheteira é incontestável, segundo o The New YorkTimes,  espera-se, só nas salas de cinema americanas, para este fim-de-semana um retorno bastante considerável- “ could take in as much as $90 million at North American theaters over the four-day weekend, according to tracking services. (The studio is projecting “more than” $50 million.) The movie cost $40 million to make”. Em Portugal, antes da estreia já tinham sido vendidos 47 mil bilhetes.

Este fenómeno, que antes de estrear já tinha lucro garantido pela pré-venda de bilhetes, é fruto de um bom plano de marketing, a nível internacional, que soube tirar proveito do reconhecimento dos livros. Desde o adiamento da estreia para o dia dos namorados (inicialmente era previsto estrear em Agosto de 2014), à venda de bilhetes desde 13 de Dezembro, dentro de um envelope com “Curiosa?” em letras garrafais e no interior “Mr. Grey recebe-a já de seguida”, sem esquecer a divulgação de vários trailers e teasers durante a promoção do filme, que serviam para aliciar a curiosidade do público, provocando-o com excertos do filme, criando um forte engagement com a audiência expectante.

 Então o que correu mal? Porque é que as críticas têm sido tão negativas? A meu ver, as pessoas esperam mais do filme do que aquilo a que este se compromete. Fruto de toda esta mediatização e do buzz gerado em torno do filme, as expetativas foram de tal forma fomentadas que se tornaram insustentáveis. Afinal de contas, trata-se de um filme cujo enredo se foca no clichê máximo da relação entre um homem bem-sucedido e atraente e uma jovem inocente, de uma realidade oposta, que não sabe o que é que ele vê nela. Típico. Deste modo, é perfeitamente previsível que haja cenas completamente ocas, sem conteúdo. O que distingue este de outro qualquer romance? O lado erótico e os hábitos sadomasoquistas do protagonista. Uns entendem Christian Grey como um maníaco do controlo, machista e arrogante, outros rendem-se à sua faceta de dominador e consideram-no atraente. 

Parece-me redutor afirmar que este fenómeno é dirigido a mulheres quarentonas frustradas com o casamento ou com a atividade sexual. Já vi homens e mulheres, de todas as idades, rendidos a este enredo, embora haja algum pudor em admiti-lo.

Os que desejavam mais cenas de sexo explícito têm de perceber o impacto que isso teria na audiência, pois a classificação teria de ser para maiores de 18 anos (em vez dos atuais 16) e isso implicava uma redução ao nível do público-alvo. Além do mais, para a Universal Pictures, a ótica da Anastasia é mais rentável, pois consegue garantir uma maior adesão a  um romance, do que a um filme pornográfico.

Mariana Luís Gonçalves




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

PRÉMIO NACIONAL INDÚSTRIAS CRIATIVAS

O Prémio Nacional Indústrias Criativas Super Bock/Serralves é uma iniciativa pioneira em Portugal, promovida pela Unicer, através da marca Super Bock, e a Fundação de Serralves.


A organização acredita nos inconformistas, nos que não se resignam e que por isso mesmo têm um espírito criativo e empreendedor. Desde cedo reconheceram a importância do setor e foram os primeiros a promover uma competição exclusivamente dedicada às Indústrias Criativas.

São parceiros da UNICER a ADDICT, Agência Nacional de Inovação, ANJE, BPI, ESAD, Fundação da Juventude, IAPMEI, Brand New Box, Universidade do Porto, Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa Porto.

Em 2014 foi iniciada uma parceria do Prémio Nacional Indústrias Criativas (PNIC) com o programa The Next Big Idea (TNBI), que organizou o Roadshow PNIC/TNBI, destinado à divulgação do Prémio junto da comunidade universitária e dos fóruns das Indústrias Criativas.


Esta parceria mantém-se em 2015, com o Roadshow a passar, em datas devidamente publicitadas, por vários locais. Graças a esta iniciativa, permitem aos candidatos (os que efetuam a sua inscrição online na competição através do "Formulário de Candidatura PNIC/TNBI") gravarem um pequeno vídeo de apresentação da sua ideia.

No seguimento dessa parceria, o Prémio Nacional Indústrias Criativas e os seus finalistas merecem destaque no programa The Next Big Idea, do canal televisivo SIC Notícias.

Mantém-se, no entanto, o formato tradicional de candidaturas ao Prémio (não implicando, pois, a participação no Roadshow PNIC/TNBI).

Em ambos os modos de inscrição, e como sempre, todas as candidaturas são submetidas através do site: 
http://www.industriascriativas.com

Helder Gonçalves



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

‪#‎HeForShe‬


"It is my belief that there is a greater understanding than ever that women need to be equal participants in our homes, in our societies, in our governments and in our work places. And they know that the world is being held back in every way because they are not" - Emma Watson


Cada um de nós pode e deve contribuir. A forma como agimos no nosso núcleo, a forma como interpretamos o papel da mulher e do homem na sociedade. Porque há distinção? Não está a ser pedido nenhum favor, nenhum tratamento especial... Devem ser garantidos os mesmos direitos e o acesso às mesmas oportunidades. Não se trata de uma dualidade homem vs. mulher, não é uma luta de poder, é uma luta pela igualdade: pela igualdade de géneros. É hora de quebrar, de uma vez por todas, o status quo obsoleto, a imagem estereotipada, pois isso é discriminar.

É importante que exista este tipo de endorsement por parte de figuras públicas, para chamar a atenção e consciencializar a população. A atriz Emma Watson soube tomar partido da influência mundial que possui para, como embaixadora da UN Women, lutar por uma causa em que acredita, conseguindo com que esta passasse também a ser a causa de milhares de pessoas, e conquistando o apoio de figuras como Yoko Ono, Hillary Clinton e o Príncipe Harry. 

Todos podemos fazer a diferença. #‎HeForShe  









Mariana Luís Gonçalves

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Gerir/exponenciar uma crise


Uma crise interna é tanto mais grave quanto pior for a comunicação para o exterior. Foi isso mesmo que sucedeu com o Sporting desde que Bruno de Carvalho fez o explosivo comentário via Facebook na sequência da derrota em Guimarães. A opinião é sagrada mas, consoante o cargo, existem formas mais ou menos corretas de as expor. Evitando aqui – mas não menosprezando a sua importância – clarificar quem tem a maior fatia das culpas na crise ou debruçar-me sobre questões relacionadas com feitio, ingerências ou “agendas”, é possível concluir ainda assim que a crise não foi empolada, foi sim alimentada pelos seus intervenientes, uns mais do que os outros, por intervenções extemporâneas e por vezes contraditórias. Bruno de Carvalho, Marco Silva e, posteriormente, José Eduardo, foram os intervenientes de uma novela que teve o seu fim mas certamente com chama acesa nos bastidores. Foram ditas coisas que impossibilitam que, de um momento para o outro, apenas porque se disse que tudo está resolvido, estejam efetivamente as divergências sanadas.
Não há nenhum clube onde não existam problemas. A forma como os mesmos são resolvidos e, durante esse processo, é feita a comunicação é que difere e, em vários casos, acaba por fazer a diferença. Diz-se que Bruno de Carvalho tem um perfil muito próprio, que acaba facilmente por entrar em choque; diz-se que Marco Silva tinha uma agenda própria, que passaria por destituir o presidente. Verdade ou não, o clube não atacou o chorrilho de acusações a tempo e deixou que as mesmas espalhassem a confusão.
O primeiro episódio pós-Guimarães, que aqueceu o ambiente até ao ponto de ebulição, ocorreu na célebre comunicação apenas dois dias antes do importante jogo na Madeira, com o Nacional. Bruno de Carvalho exigiu publicamente que todos dessem a cara e assumissem os seus erros, enviando recados para treinador e jogadores quando o deveria ter feito “cara a cara”, fora do escrutínio público – “modus operandi” que Marco Silva admitiu preferir quando tem de criticar, após esse encontro com os insulares.
À célebre reunião que ditou a rotura naquele momento seguiu-se um blackout que tinha por objetivo impedir uma certa lavagem de roupa suja no espaço público. Mas o mal já estava feito, fosse pela ausência de esclarecimentos plausíveis às notícias sobre a quebra na relação entre Bruno de Carvalho e Marco Silva, fosse – e aqui, refira-se, o controlo das declarações era bem mais complicado – pelas intervenções de antigos dirigentes e sócios. É aqui que entra José Eduardo. O ataque pessoal do também antigo jogador manteve a quezília na ordem do dia. Pior, ao dizer que estava mandatado pela direção (Bruno de Carvalho, portanto) – ou autorizado, segundo esclarecimentos recentes –, José Eduardo deixou no ar que ilustrava a posição do presidente no diferendo. É impensável, se estamos a falar de um relacionamento no mínimo cordial entre presidente e treinador, que o mais alto representante de um qualquer emblema não repudie um ataque daquele calibre ao seu técnico. Ao não desmenti-lo na altura, não legitimou as críticas de José Eduardo mas alimentou a ideia de que tinha efetivamente “autorizado” – questões de semântica… – José Eduardo e que o complô para destituí-lo era verdadeiro. As únicas declarações de BdC sobre o assunto, aliás, foram para elogiar as intervenções de José Eduardo e Eduardo Barroso. Elucidativo?

O bom-senso surgiu finalmente no sábado, num comunicado onde Bruno de Carvalho apelou à união, garantiu a continuidade de Marco Silva e “desautorizou” José Eduardo, deixando-o por conta própria, ao sublinhar que “apenas estão mandatados para exprimir as suas opiniões os membros dos órgão sociais do clube”. Sobressaem, assim, algumas notas: Bruno de Carvalho apercebeu-se do exagero das suas intervenções… e intenções; Marco Silva mostrou enorme carácter, ora visando a união, ora respondendo de forma assertiva e com classe quando o momento se impunha, tendo sido claramente o elemento que melhor geriu o aspeto comunicacional na crise; José Eduardo acabou por cair sozinho, não só por ter sido isolado por BdC mas também pela incapacidade em explicar como é possível dizer que um treinador tem uma agenda que visa destituir o presidente do clube e depois afirmar que lutou por um entendimento e que defende até a sua continuidade…
Por João Socorro Viegas




sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Feliz Natal!!

A equipa Communication Advisory deseja a todos os seus seguidores os votos de um Feliz Natal!


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Muito mais do que um político

«Mário Soares não parece ser só o pai da democracia em Portugal. Parece ser o rei dos portugueses» FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, Presidente do Brasil entre 1995 e 2003

http://mediaserver2.rr.pt/newrr/mario_soares_na_festa_dos_90_anos958534bc_664x373.jpg
Mário Soares - 90º Aniversário
Diz-se do Barcelona que é «muito mais que um clube», tal a importância que a marca «Barça» adquiriu como forma de afirmação da Catalunha.

Ora, Mário Soares será o «Barcelona» da política portuguesa: é muito, muito mais que um político.

O agora nonagenário é, verdadeiramente, o pai da democracia representativa, ocidental e parlamentar em Portugal. Soares é, de longe, a maior figura do Portugal pós-25 de Abril, por ter tido a visão e a capacidade política para travar a ameaça (que chegou a ser iminente) de cairmos na esfera soviética, em plena Guerra Fria, nos anos da brasa de 74/75.  

São factos. Devemos-lhe isso. 

Já numa ordem mais subjetiva, considero que foi também o melhor Presidente da República da democracia portuguesa, precisamente por ter sabido vestir a pele do «Presidente de todos os portugueses», inaugurando um estilo que Jorge Sampaio soube (à sua maneira, muito diferente no ponto de vista pessoal, mas na mesma linha política) de uma «Presidência Aberta», para lá dos corredores do Palácio de Belém, junto das pessoas, a ouvir as queixas, a sentir o pulso da vida nacional.

A noção de que «uma maioria presidencial se esgota na noite da eleição», criada por Soares e prolongada por Sampaio -- e que na minha opinião Cavaco Silva não tem sabido interpretar. 

Essa maioria tem que terminar nessa noite, porque o Presidente tem a obrigação de integrar os 40 e tal por cento que não votaram nele. Mas que passaram a tê-lo como «mais alto magistrado da nação».

Só com essa noção se torna possível que o PR seja «de todos», mesmo de quem votou contra ele.

Mas Mário Soares está longe de ser consensual. 

Nunca o foi, mesmo nos tempos em que (início da década de 90), obteve mais de 70% dos votos numa eleição presidencial, fruto do apoio simultâneo de PS e PSD.

Há franjas da população portuguesa (e nem são assim tão minoritárias) que não lhe perdoam determinadas decisões políticas em momentos muito concretos da vida portuguesa: a descolonização, a primeira chegada do FMI, as crises sociais e financeiras dos anos 80, em fases em que Soares em primeiro-ministro. 

Nos anos mais recentes, a direita política tem-no tratado entre a indignação e a condescendência, atribuindo à «idade avançada» algumas das declarações mais encarniçadas do ex-PR contra o «atual governo» e «os malandos da direita». Ou, ainda mais recentemente, no caso Sócrates, contra «essa malandragem que quis montar isto». 

Estou à vontade para defender Soares, neste texto. 

No dia em que o agora nonagenário presidente foi visitar o amigo Sócrates ao cárcere de Évora, escrevi críticas muito contundentes à atitude, às palavras e às acusações gravíssimas que Soares fez contra «o sistema de justiça», «os juízes», «a forma como Sócrates foi preso sem ter sido ouvido por nenhum tribunal (sic)» e até o «recado» que, à entrada do carro, quis dar «àquele juiz» (Carlos Alexandre), numa deriva lamentável de alguém que se sentiu, por momentos, com poder para «mandar um recado» a um juiz de um tribunal de instrução criminal, através dos media.  

Ora, o facto de ter achado que aquelas declarações não respeitam a história e a herança política de Mário Soares mostra como, na minha opinião, a idade não deve ser um fator de desculpabilização ou minimização. 

Soares continua em plena atividade intelectual. Continua a ser um «player» do jogo político em Portugal. E isso é notável. 

«Não gosto nada de ter 90 anos», desabafava Soares nos últimos dias. «Penso sempre mais no futuro do que no passado».

Sempre foi assim: depois de sair de Belém, foi cabeça de lista do PS às europeias. Quase todos diziam que era só um nome para dar votos e que ficaria por Bruxelas só por umas semanas. Nada disso: foi um ativo eurodeputado e cumpriu os cinco anos. 

Discordei da candidatura presidencial de 2005/2006, mas achei, uma vez mais, notável, que alguém com na altura 81 anos tivesse estado em condições políticas e pessoais de ser o candidato oficial do PS. 

O péssimo resultado, quase humilhante (14%, muito atrás de Manuel Alegre, que correu sozinho e zangado com o amigo; a reconciliação viria anos depois) tinha tudo para deixar Soares deprimido e concluindo que o seu tempo acabado.

Qual quê: semanas depois, era vê-lo de novo a escrever, a dar conferências, a incomodar quem estava nos diferentes poderes.

A isso se chama carisma. Força. Determinação. Vontade de olhar para a frente e não para trás.

É isso que tem faltado à política portuguesa e também por isso Soares é «muito mais que um político».  

«Quisemos sempre todos a mesma coisa: liberdade, democracia e respeito pelos outros» MÁRIO SOARES, discurso no almoço do seu 90.º aniversário 

Soares é «muito mais do que um político», não apenas pelo que representou enquanto PR, PM e fundador e líder do PS.

É-o, acima de tudo, pelas características pessoais que tem e pela forma como sempre encarou a vida.

Alguém, como ele, que abandonou o Palácio de Belém aos 72 anos, depois de dez anos de presidência exemplar, com níveis de popularidade que provavelmente nunca mais alguém terá na política portuguesa, teria tudo para se acomodar ao circuito de conferências e homenagens, sem voltar a aventurar-se em eleições e aos espinhos do jogo político.

Só que Mário Soares é o «animal político» na sua mais pura essência. Quis sempre ir a jogo, nunca teve medo de dar a cara, de deitar o corpo às balas. 

«Sou o gajo que lhes atira mais às trombas, por isso é que eles não gostam de mim», comentava Soares, na longa entrevista concedida, na semana passada, a Clara Ferreira Alves, na revista do Expresso. 

«Soares é um homem afectivo, sedutor, cheio de charme e humor, às vezes colérico. E um magnífico contador de histórias, memorialista, escritor político, leitor voraz de jornais, revistas e livros – admirador de Camilo, de Eça, de Teixeira Gomes, de Raul Brandão, de José Rodrigues Miguéis, mas também de Antero, de Cesário, de Pessoa. Faz política como quem respira. Por isso, nunca desiste de lutar por aquilo em que acredita.» ANTÓNIO COSTA, secretário-geral do PS

«Socialista, republicano e laico», Mário Soares conseguiu sempre despertar simpatias junto de alguns setores de correntes políticas adversárias.

Só assim se explica a amizade com Adriano Moreira. Com Freitas do Amaral, seu antigo adversário em corrida presidencial. Figuras de um certo PSD, como Leonor Beleza, António Capucho ou Pacheco Pereira já o apontaram como sendo «da mesma família política». 

«Homem dos americanos» e «anti-comunista» no tempo pós 25 de Abril, esteve na linha da frente da contestação à guerra do Iraque de 2003, censurando Bush, Barroso, Aznar e Blair. 

Esteve, por isso, no lado certo da História, na maior parte das vezes. Talvez nas decisivas. E a isso se chama ter «faro político», algo que, indiscutivelmente, Mário Soares sempre teve. 

Nos últimos anos foram muito mais as vezes que discordei de Soares do que aquelas em que em concordei.

Mesmo preferindo Costa a Seguro, considero que Soares, como fundador do PS, foi tremendamente injusto na forma como tratou António José Seguro, esquecendo-se, por exemplo, que também ele teve que ser líder-do-PS-na-oposição, nos finais de 70 e inícios de 80. 

Discordei da forma por vezes simplista como Soares tem posto tudo no mesmo saco, em relação a este Governo e discordo sobretudo da urgência com que exige a queda deste executivo, ignorando uma vez mais a legitimidade do voto popular e das maiorias parlamentares (conceitos pelos quais tanto lutou).

Mas insisto: a admiração por Mário Soares não diminuiu um milímetro nos últimos anos.

Há décadas que Soares tem visto amigos ou conhecidos adoecer, morrer. Há anos que tem visto aumentar quem, em Portugal, o trata como «um velho irresponsável e impossível de aturar».

Nem assim desiste. Nem assim se abala. O sorriso aberto que tinha no almoço dos seus 90 anos disse-nos tudo sobre o seu estado de espírito e a tal vontade de olhar para o futuro.

«É um homem que contagia. Soares e Liberdade são dois conceitos que se confundem. Mesmo quando não concordo com o que ele diz, é um bálsamo ouvi-lo», observou Pedro Santana Lopes.

«Conheço Mário Soares desde os alvoroços da minha participação na vida cívica. Os meus atritos com ele nunca beliscaram o respeito e a amizade mútuos. E, amiúde, os meus artigos no Diário Popular eram extremamente veementes. Tinha, e ainda tenho, uma esperança imaculada na mudança do mundo. Esta crença pertence aos domínios da fé, bem sei, e Soares alimentava outras direcções. Irritei-me, por vezes, com as suas opções, com as suas extravagantes decisões, com as absurdas amizades que cultivava, como aquela, com Carlucci, o todo-poderoso senhor da CIA. Ele não alterava o comportamento e as coisas ficavam como eram» BAPTISTA BASTOS, jornalista, cronista e escritor, excerto de «Os 90 anos de Mário Soares», Jornal de Negócios

Podemos achar exagerada ou, simplesmente, merecida a importância que os media e os políticos portugueses continuam a dar a Mário Soares (no passado domingo, o «Público» reservou-lhe quase toda a primeira página, com a manchete «Parabéns, sr. Presidente!», sendo que nunca fez algo sequer parecido ao atual inquilino do Palácio de Belém...)

Mas dificilmente voltaremos a conhecer em nossas vidas uma figura com a dimensão histórica e o carisma pessoal e político de Mário Soares.

Nele, até os defeitos e exageros parecem ficar bem.




Germano Almeida